sábado, 26 de junho de 2010

Você sabe como joga a Coréia do Sul?

O confronto que abre as oitavas de final neste sábado às 11h da manhã não é uma novidade em Copas. Em 1990 o Uruguai venceu por 1-0 este confronto pela última rodada do Grupo G terminando uma posição acima dos sul-coreanos. Infelizmente, para ambos, eram as últimas colocações do grupo e eles foram eliminados (foi a única vitória celeste naquela Copa e a Coréia do Sul era um saco de pancada, perdeu todos os jogos).
O Uruguai passou em 1º no Grupo A e, após um empate sem gols com a então favorita – e hoje já em Paris – seleção treinada por Raymond Domenech, foi capaz de vencer seus dois últimos jogos, primeiro batendo os anfitriões por 3-0 e derrotando por 1-0 o México no jogo que acabou não sendo de compadres. Nada mal para a seleção que entrou no grupo pelo pote 4.
Já a Coréia do Sul bateu a Grécia em sua estréia por 2-0. Na partida seguinte foi exposta pela Argentina, embora o 4-1 tenha surgido no fim (houve um momento no 2º tempo em que a Coréia perdia por um gol de diferença e teve algumas chances reais de gol, embora a Argentina seja superior). A equipe asiática conseguiu sua classificação no empate em 2-2 com a Nigéria, partida em que contou com a sorte. Não concorda? Reveja os melhores momentos... eles contém um dos ‘piores’ momentos da história das Copas, talvez o gol ‘mais’ perdido. Isso é tão óbvio quanto a inacreditável musculatura do pescoço de Yakubu, o centroavante do Everton, autor da proeza. Mas não há como dizer que a Coréia do Sul não tem méritos, e como já tratei dos favoritos para este confronto, os uruguaios, aqui no blog, começo pelos ‘underdogs’.

CORÉIA DO SUL

A equipe base coreana é formada pelo goleiro [18] Sungryong (os nomes coreanos estão grafados assim nas camisas, cujos números coloquei entre colchetes... e é bom lembrar que Park, Lee, Cha, Wong, são os nomes das famílias). O miolo de zaga tem [4] Yonghyung e [14] Jungsoo. Nas laterais, um pouco mais avançados temos [22] Duri pela direita e [12] Youngpyo do outro lado. Duri não jogou contra a Argentina, em seu lugar esteve [2] Beomseok.
A equipe trabalha no esquema “da moda”, o 4-2-3-1. [8] Jungwoo e [16] Sungyueng protege a zaga. Na frente deles, encarregados de conduzir a equipe ao ataque, estão [17] Chungyong, [7] Jisung (sim, o Park do Man Utd.) e [13] Jaesung (em lugar de [19] Kihun que foi o titular nas 3 partidas da fase de grupos). No ataque fica o camisa [10] Chuyoung, outro destaque da seleção (é excelente na cobrança de faltas, por exemplo). Jogador que, entretanto, foi o responsável pelo 1º gol sofrido por sua equipe nesta Copa, abrindo o placar da goleada argentina com um gol contra. Talvez a entrada de [13] Jaesung, indique alguma preocupação defensiva maior.

A equipe falha em bolas aéreas (o jogo da Grécia poderia ter começado muito mal para os sul-coreanos se Torosidis tivesse acertado o gol após um escanteio pela direita deixá-lo sozinho no meio da área, sem que ninguém confrontasse seu chute, logo aos 3 minutos de jogo). Mas também foi capaz de aprontar em bolas aéreas no ataque (está longe de ser um time baixinho e leve como reza a cartilha dos clichês de Copas para os asiáticos). E foi isso que fez, também na estréia, 3 minutos depois de sofrer perigo. Cobrança de [16] Sungyueng pela esquerda, a bola desvia num grego e [14] Jungsoo consegue chutá-la pro gol. Este gol foi “repetido” contra a Nigéria: cobrança de falta pela esquerda, pelo mesmo volante, com uma conclusão, desta vez mais estabanada, do mesmo zagueiro, que tentou o cabeceio... a bola bateu em seu pé por acaso. Era o gol de empate da Coréia do Sul, 1-1, naquele momento (a partida terminaria empatada em 2 gols).
O 2º gol no jogo contra a Grécia também indica um ponto forte dos sul-coreanos: assim que o zagueiro Vyntras perdeu o domínio da bola, [7] Jisung roubou e bateu deslocando o goleiro. O jogador mais conhecido da equipe asiática, desde 2005 no Manchester United (e antes disso no PSV Eindhoven, graças ao seu desempenho na Copa de 2002), marcou seu 3º gol em Copas, até aqui um em cada Copa que disputou.
Foi também aproveitando-se de um vacilo da zaga adversária que surgiu o único gol contra a Argentina. Demichelis teve dificuldades no domínio da bola e, de costas, não percebeu o adversário. [17] Chungyong pressionou, tomou a bola e fez o gol.
Os dois gols iniciais da Argentina surgiram em jogadas aéreas, cruzamentos que vieram da esquerda. O 1º com um gol contra do centroavante coreano. O 2º com um desvio no meio da área e a conclusão, também de cabeça, de Higuaín. Os outros gols também foram de “Pipita” Higuaín, mas o 3º ele só empurrou após uma jogada do maior jogador do mundo no momento, Lionel Messi (que chutou na trave). O 4º gol repetia a lição da bola alta, cruzada da esquerda, pro cabeceio do artilheiro.
Para fechar: embora [10] Chuyoung bata bem faltas, é necessário observar que em seu gol contra a Nigéria houve colaboração do bom goleiro nigeriano Eneyama, que teve alguns dos melhores momentos da Copa, mas também alguns dos piores apagões.

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