domingo, 27 de junho de 2010

Será que a Inglaterra acorda hoje?

Historicamente o English Team venceu 12 das 27 partidas contra a Alemanha, perdendo 10 destes confrontos. A vitória mais importante é, obviamente, a decisão de 1966, que deu o único título aos ingleses, com a presença da rainha e com direito a um gol, o 3º, que até hoje se debate se a bola entrou ou não.

Os times da decisão de 1966 (segundo o maravilhoso livro de Jonathan Wilson, Inverting the Pyramid: the history of football tactics, publicado em 2008, pela Orion Books):
A Inglaterra num 4-1-3-2:
Banks
Cohen / J. Charlton / Moore / Wilson
Stiles
Ball / B. Charlton / Peters
Hunt / Hurst

A Alemanha num 4-2-4:
Tilkowski
Höttges / Schulz / Weber / Schnellinger
Beckenbauer / Overath
Haller / Seeler / Held / Emmerich

Em 70 a história foi outra: a Alemanha, que terminaria em 3º, despachava a Inglaterra da Copa com um 3-2. A Inglaterra ficou fora das Copas de 1974 e 1978. Em 1982, enfrentaria a Alemanha na segunda fase, num 0-0, mas terminaria sua chave (eram 4 grupos de 3 times na segunda fase naquele formato de competição) em 2º, exatamente atrás da Alemanha, que só perderia na final para a Itália. Em 1986, a Inglaterra não foi eliminada pela Alemanha, mas pelo gol de mão e pelo gol mais sensacional que vi numa Copa do Mundo, ambos obra de Diego Maradona. Mas foi a Alemanha que terminou na final, perdendo para a Argentina.
4 anos depois a Inglaterra empatou em um gol com a Alemanha, mas perdeu a decisão por penais e terminou decidindo (e perdendo) o 3º lugar contra a Itália. 1994 não teve a Inglaterra. Em 1998 nova queda para a Argentina (e, neste caso, uma nova queda em penais). Em 2002, o English Team perdeu pro Brasil. Onde entra a Alemanha? Foi finalista, perdendo para o Brasil. E em 2006 (sei que forço a barra), perdeu para Portugal que acabou decidindo (e perdendo) a disputa pelo 3º lugar para a... Sie wissen was ich meine.
O pior mesmo é que nesta Copa da África do Sul, a Inglaterra vai para este jogo sem ter feito ainda uma partida realmente convincente: um empate em 1-1 contra os EUA em que se encontrou logo um culpado (Robert Green perdeu a posição para David James). Mas em que jogadores fundamentais como Lampard e Rooney não se apresentaram. A letargia da partida sem gols contra a Argélia foi aflitiva. Este segundo empate obrigava a Inglaterra a vencer o jogo contra a Eslovênia ou repetir o fiasco francês de voltar para casa muito antes do previsto.
Há jogadores talentosos para virar tudo a partir de agora.
A Inglaterra vai pro jogo repetindo a escalação do 3º jogo:
[1] David James que ainda não sofreu nenhum gol na Copa;
A zaga com [2] Johnson / [15] Upson / [6] Terry / [3] A. Cole foi titular apenas no 3º jogo. No jogo contra os EUA o titular foi o permanentemente lesionado (ele não consegue nem treinar) King. Foi substituído no intervalo por Carragher que está longe de sua melhor fase técnica. O zagueiro do Liverpool conseguiu levar cartões nesta partida e na seguinte, e foi suspenso para o jogo contra a Eslovênia, abrindo a vaga para Upson.
O meio também é o do 3º jogo: [16] Milner / [8] Gerrard / [14] Barry / [4] Gerrard. Esta configuração tira Gerrard de sua posição de preferência, o “assunto tático” dos últimos anos na Inglaterra: como colocar Lampard e Gerrard juntos? Na estréia, lado a lado, Gerrard até foi razoavelmente bem. Lampard, não. Barry, que entrou no meio na 2ª partida, dá maior experiência ao time. Milner foi substituído com cerca de 33 minutos na estréia, mas jogou na última partida e esteve melhor do que Lennon, que jogou as duas primeiras partidas mas estava no pacote dos que não foram capazes de produzir.
Na frente o baixinho mordedor (Mascherano lembra o por quê), Defoe, completa o ataque com Rooney, que é o jogador que mais deve nesta seleção inglesa. Mr. M, [21] Emile Heskey, o atacante pedreiro, foi pro banco e não fará a parede, que deu certo aos 4’ de jogo na estréia, mas depois foi o desastre habitual.

Do lado alemão a trajetória foi melhor, mas não sem acidentes: uma entusiasmante goleada na estréia, 4-0 contra uma Austrália de peito aberto; uma volta a realidade no jogo em que foi derrotado 0-1 pela Sérvia (embora isto só tenha ocorrido a partir da expulsão equivocada de Klose); e vencendo Gana (que já está nas quartas) por apenas 1-0.
A Alemanha vai pro jogo com:
[1] Manuel Neuer
A zaga se livra do péssimo BADstuber pela lateral esquerda (que estava nos 2 primeiros jogos): [16] Lahm / [17] Mertesacker / [3] Friedrich / [20] Boateng
O meio tem: [7] Schweinsteiger (embora não se saiba em que condições físicas) e [6] Khedira como volantes de sonho (afinal os dois sabem jogar). E chegando ao ataque: [13] Thomas Müller (a contusão de Ballack foi uma benção); [8] Özil e [10] Podolski, o centroavante convertido em meia pela esquerda. [11] Klose volta da supensão, no ataque.

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