A esta altura você já sabe que o Brasil não terá Felipe Melo e Elano, contundidos. Ramires e Daniel Alves entram no time titular. O Chile terá Suazo, só não se sabe se em suas melhores condições. A formação:
[1] Júlio César
[2] Maicon / [3] Lúcio / [4] Juan / [6] Michel Bastos
[13] Daniel Alves / [8] Gilberto Silva / [18] Ramires
[10] Kaká / [11] Robinho
[9] Luís Fabiano
Poderíamos colocar Gilberto Silva na linha dos laterais, claro. Ramires e Daniel Alves tem condição de dar mais rapidez ao time. Terão que recompor rapidamente também, Ramires principalmente, para dar suporte ao ponto fraco da Seleção que é Michel Bastos (e eu gosto do meia direita Michel Bastos do Lyon, ou do Lille até mais). Juan, Ramires e Luís Fabiano estão pendurados.
O favoritismo é indiscutível. Não é certeza de resultado, nunca é (e o já ganhou já ferrou o Brasil algumas vezes). Mas é indiscutível. Nas eliminatórias Dunga ganhou vida extra (foi o momento em que foi mais questionado, acreditava-se que, se o Brasil perdesse o jogo, seria demitido), com um 3-0 fora de casa, 2 de Luís Fabiano e um de Robinho. Já no fim da campanha, em casa, obteve uma vitória de 4-2, com um hat trick de Nilmar e um gol de Julio Baptista. Nas duas vezes a equipe treinada por Bielsa não se colocou atrás e ofereceu ao time de Dunga a chance de usar sua arma favorita, o contra-ataque.
A equipe chilena continua oferecendo o contra-ataque nesta Copa do Mundo. Bielsa acredita que melhor do que pensar nos pontos fortes do seu adversário é pensar em como explorar as fraquezas do oponente. Mas, se já partia em desvantagem pelo elenco disponível e pela tradição, imagine montar seu time sem os jogadores que você confia na zaga. Pois Bielsa não terá Waldo Ponce (dicas cretinas de pronúncia: repita comigo ‘Ualdo’ Ponce) e Gary Medel (outra: GÁ-ri), o Medel que no Boca é capaz de jogar em qualquer posição defensiva, embora jogue mais de volante, o Medel que é chamado de Pittbull com motivos (não como os jogadores brasileiros que já receberam o ‘apodo’). Perde também Estrada, expulso em decisão absurda no jogo contra a Espanha (lance em que Fernando ‘Niño’ Torres tropeçou sozinho), mas este só jogou, então, porque Carmona, o titular, estava suspenso.
As soluções criativas de Bielsa, que vem dando muito certo no Chile, ficaram em cheque quando a Argentina, após ter nadado de braçada nas eliminatórias, fracassaram na Copa de 2002. Mas trata-se de um treinador que só faz bem ao esporte, inventando, buscando soluções. Minha suspeita é de que o nada insano treinador argentino buscará explorar as deficiências de M. Bastos com a velocidade de Alexis Sánchez. Mas que ‘morrerá’ porque não abrirá mão de pressionar a saída de bola de Gilberto Silva e Ramires, o que, no caso brasileiro, sempre abre os espaços que Kaká e Robinho precisam para render.
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